Criminosos usam WhatsApp para extorquir instituições de ensino

Esclarecimentos sobre Mestrados e Doutorados Online e Reconhecimento de Títulos
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Golpistas se passam por defensores estudantis para coletar dados e exigir pagamentos de até R$ 300 mil

Um novo golpe tem sido aplicado por criminosos que utilizam grupos de WhatsApp sob o pretexto de defender os direitos estudantis. Inicialmente, esses espaços são apresentados como fóruns para discutir problemas acadêmicos e compartilhar informações entre alunos de diversas instituições de ensino no Brasil. No entanto, investigações recentes revelam que o verdadeiro objetivo dos organizadores é obter dados pessoais dos participantes para, posteriormente, extorquir universidades e faculdades. As exigências financeiras variam entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, sob a ameaça de exposição de informações sensíveis ou campanhas difamatórias.

Diante do aumento de casos, autoridades já estão em alerta e investigações estão em curso para identificar e punir os responsáveis.

Como funciona o Golpe:

1. Formação dos grupos

Os criminosos criam grupos no WhatsApp e divulgam links convidando alunos a ingressar, alegando oferecer suporte jurídico e auxílio para formalizar reclamações contra instituições de ensino. A narrativa inicial é a de “defesa dos estudantes”, criando uma falsa sensação de apoio e solidariedade.

2. Controle do discurso

À medida que o grupo cresce, os administradores passam a restringir as conversas. Comentários são bloqueados e qualquer participante que questione a legitimidade do grupo é removido. Com isso, os golpistas mantêm o controle total das discussões e evitam qualquer exposição de suas reais intenções.

3. Coleta de dados

Em seguida, os organizadores divulgam links ou formulários para que os participantes forneçam dados pessoais, como nome, contato, matrícula e instituição de ensino. A justificativa utilizada é a necessidade de estruturar associações ou cooperativas para fortalecer a luta pelos direitos estudantis.

4. Chantagem contra as instituições

De posse dessas informações, os criminosos entram em contato com as instituições de ensino e exigem pagamentos sob a ameaça de divulgar dados sigilosos ou promover ataques contra a reputação das faculdades e universidades. Até o momento, não há confirmação de instituições que tenham cedido à chantagem, mas algumas optam por não se pronunciar, enquanto seus departamentos jurídicos avaliam as medidas cabíveis.

Enquadramento legal e penalidades

As ações dos criminosos podem ser enquadradas em diversos crimes previstos no Código Penal brasileiro, incluindo:

  • Extorsão (Art. 158) – O crime ocorre quando há coerção por meio de ameaças para obtenção de vantagem indevida. A pena varia de 4 a 10 anos de reclusão, além de multa.
  • Estelionato (Art. 171) – Se for comprovado que os alunos foram enganados para fornecer dados sob falsas promessas, o crime de estelionato pode ser caracterizado.
  • Associação Criminosa (Art. 288) – Caso fique evidente a organização dos envolvidos para praticar crimes, todos podem responder por formação de quadrilha.
  • Responsabilização de participantes – Alunos que, mesmo cientes da fraude, contribuírem ativamente com a disseminação do golpe podem ser investigados e responder criminalmente.

Casos semelhantes

Golpes semelhantes já foram registrados em outros setores, demonstrando que a prática de chantagem digital não é exclusiva do meio acadêmico:

  • Rede de Clínicas de Saúde (2019): criminosos coletaram dados internos e ameaçaram divulgar prontuários médicos caso não recebessem dinheiro. A Polícia Civil prendeu os responsáveis.
  • Empresa de Tecnologia (2021): ex-funcionários criaram grupos falsos de suporte ao cliente para obter informações e extorquir a companhia. O esquema foi desmontado e os envolvidos foram presos.

Riscos para os estudantes

Os alunos que ingressam nesses grupos acreditando estar buscando apoio para suas demandas acadêmicas precisam ter cautela. Mesmo que não participem ativamente da chantagem, sua omissão diante de atividades criminosas pode gerar implicações jurídicas.

Como se proteger

  • Desconfie de grupos que prometem soluções rápidas para problemas acadêmicos.
  • Nunca compartilhe dados pessoais sem verificar a autenticidade da organização.
  • Caso identifique qualquer indício de golpe, denuncie às autoridades competentes.

Conclusão

A estratégia criminosa de falsos grupos de defesa estudantil evidencia como criminosos têm explorado a comunicação digital para obter vantagens ilícitas. O que começa como uma promessa de união e suporte se transforma em um esquema de extorsão que usa os próprios alunos como ferramenta para pressionar instituições de ensino.

As autoridades recomendam vigilância e a denúncia imediata de qualquer atividade suspeita. Além dos responsáveis diretos pelo golpe, participantes que compactuam ou se omitem diante dessas práticas também podem ser responsabilizados.

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Author: Editor

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