Cursos livres e pós-graduações no Brasil: onde está a fronteira entre liberdade e legalidade?

O avanço da educação digital no Brasil tem democratizado o acesso ao conhecimento e dado voz a especialistas de diferentes áreas. No entanto, essa evolução também trouxe um cenário complexo do ponto de vista jurídico: qual é o limite entre a liberdade de ensinar e a obrigatoriedade de credenciamento legal para ofertar cursos?

No centro desse debate está a necessidade de compreender as diferenças entre cursos livres, extensões universitárias e programas de pós-graduação lato sensu — cada um com regras próprias estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC).

De acordo com o especialista em regulação educacional Murilo Andrade, ex-avaliador do MEC por mais de 20 anos, “a legislação brasileira permite que qualquer pessoa oferte cursos livres, desde que não utilize termos como ‘pós-graduação’, ‘especialização’ ou ofereça certificado com validade acadêmica ou currícular, o que só pode ser feito por instituições credenciadas”.

A pós-graduação lato sensu, por exemplo, é regulamentada pela Resolução CNE/CES nº 1/2018. Ela só pode ser ofertada por instituições de ensino superior devidamente credenciadas pelo MEC, com corpo docente qualificado, matriz curricular aprovada e carga horária mínima de 360 horas. Utilizar indevidamente esse tipo de nomenclatura pode caracterizar propaganda enganosa, configuração de exercício irregular de atividade educacional e até gerar responsabilização civil.

Nesse contexto, surge a atuação da ExpertMEC, empresa fundada por Murilo Andrade com o objetivo de oferecer consultoria a infoprodutores, institutos e organizações que desejam adequar seus cursos à legislação vigente. A empresa estrutura programas de extensão universitária e pós-graduação em parceria com faculdades credenciadas, garantindo legalidade, conformidade e segurança jurídica.

Com mais de 400 parceiros ativos, a ExpertMEC é hoje referência nacional em compliance educacional. “Nosso trabalho não é apenas validar um curso. É proteger juridicamente quem ensina e assegurar que o aluno receba um certificado válido, que realmente possa usar para fins profissionais ou acadêmicos”, reforça Murilo.

O crescimento do mercado de educação livre no Brasil é uma realidade irreversível. Mas junto a ele, vem também a necessidade de regularização. Entender a linha tênue entre liberdade e ilegalidade é hoje uma obrigação de todos que operam no setor.

Na dúvida, a regra é clara: ensinar pode ser livre, mas certificar com valor acadêmico exige autorização legal. E nesse novo cenário, a conformidade deixou de ser opção para se tornar parte essencial da estratégia.

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