À medida que a mobilidade elétrica avança no Brasil e no mundo, cresce também a discussão sobre como o setor de reparo automotivo pode acompanhar essa transformação de maneira sustentável.
O país ultrapassou, em 2024, a marca de 300 mil veículos eletrificados em circulação, segundo dados do Portal Solar, consolidando um movimento que exige da indústria automotiva não apenas inovação tecnológica, mas também responsabilidade ambiental.
Nesse contexto, o mercado de detailing automotivo — que engloba desde serviços de polimento e vitrificação até reparos estéticos — tem ganhado novo protagonismo ao adotar práticas sustentáveis. Oficinas especializadas começam a investir em produtos eco-friendly, como limpadores biodegradáveis, sistemas de lavagem a seco e adesivos de baixo impacto ambiental. Nos Estados Unidos, essas soluções já fazem parte da rotina em muitas redes especializadas, influenciando o mercado brasileiro.
Entre os procedimentos que mais se destacam nessa evolução está o martelinho de ouro, técnica reconhecida por reparar danos na lataria sem necessidade de pintura. O método é apontado por especialistas como uma alternativa eficiente e sustentável no reparo automotivo.
“O martelinho evita pinturas desnecessárias e o descarte de solventes. Se alinharmos com produtos ecológicos, temos um reparo quase neutro em carbono”, afirma o especialista Diego Ayres Kinap, premiado como Melhor Profissional de Martelinho de Ouro de Curitiba e membro das associações internacionais IDA (InternationalDetailing Association) e NAPDRT.
Diego, que possui mais de 13 anos de experiência no setor e atua com certificações internacionais, destaca que a técnica também representa uma solução estratégica para oficinas que buscam alinhar qualidade, agilidade e responsabilidade ambiental. “Hoje trabalhamos com adesivos de composição específica, luzes de leitura de alta precisão e procedimentos que respeitam a originalidade do carro. Isso gera valor não só para o cliente, mas para o mercado como um todo”, explica.
Além da eficiência técnica, especialistas apontam que o uso de técnicas sustentáveis pode abrir portas para parcerias com montadoras e seguradoras focadas em ESG (ambiental, social e governança). “Quando você mostra que trata o carro com técnica e respeito ao meio ambiente, ganha credibilidade e abre espaço para contratos maiores — especialmente em frotas elétricas”, pontua Diego.
Nos Estados Unidos, já é visível o crescimento do setor de detailing voltado para veículos elétricos (EVs), segmento que exige conhecimento técnico e materiais adequados. A tendência, segundo associações internacionais, é que os reparos sustentáveis se tornem parte integrante do ecossistema da mobilidade.
A transição para uma mobilidade mais limpa passa também por quem cuida do automóvel após sua fabricação. Profissionais como Diego Ayres Kinap mostram que o reparo automotivo pode e deve acompanhar esse movimento, aliando técnica, inovação e responsabilidade ambiental para um futuro mais eficiente — e também mais consciente.
