Esta é a era em que as pessoas buscam mais qualidade de vida, menos pressão no trabalho e as parcerias estratégicas vieram para solucionar a maioria das dores dos advogados
As parcerias na advocacia, se bem estruturadas, podem levar o advogado a escalar o negócio de forma profissional, entregando um serviço mais técnico e com menos riscos, tanto à operação quanto para o escritório e para o cliente.
A realidade do advogado é dura, pois, muitos ainda trabalham de forma artesanal. Uma pesquisa da OAB concluiu que apenas 4,93% dos advogados ganham mais de 20 salários mínimos, o que causa indignação. Esses profissionais estudam cinco anos, passam pelo duro processo da OAB, se especializam, dedicam suas vidas debruçados em processos que demandam estudo individualizado, na maioria das vezes, e o resultado é esse: mais de 95% desses profissionais têm salários entre 2 e 10 mil reais. Surpreendentemente, 1% desses profissionais tem escritório e poucos nomes têm destaque como grandes empreendedores. Mas qual o motivo desta triste realidade? A origem do problema é a falta de um módulo de empreendedorismo na faculdade de direito. Os alunos modelam os professores, que são seus mentores e líderes durante cinco anos, e qual é o perfil do professor? Currículo extenso, pós, mestrado e doutorado, mas o professor que ama a vida acadêmica, precisa disso, a realidade do advogado que vai para o campo de trabalho é outra.
O aluno que sai da faculdade, sai totalmente focado em estagiar, na esperança de conseguir um emprego em um grande escritório. Aí temos um outro problema: grandes escritórios trabalham em “linha de produção” e isso significa que ele vai fazer uma etapa do processo e pode se frustrar por não sentir que está advogando de fato, mas fazendo tarefas repetitivas e em escala. E, por outro lado, se consegue uma vaga em um pequeno escritório, os processos são feitos artesanalmente e ele tem que fazer tudo, mas tem um limite de demanda que consegue atender, resultado, frustração e ganhos insuficientes.
As principais dores dos advogados que têm escritório são: rotatividade alta, sobrecarga de trabalho, deficiência na gestão, custos altos, risco de processos trabalhistas. Por outro lado, os advogados autônomos têm dificuldade em conseguir clientes, em calcular honorários, em fazer o processo e captar clientes ao mesmo tempo, e esse ciclo vem de geração em geração.
Um advogado estratégico com visão empreendedora enxerga nos outros advogados oportunidade de escala, afinal, o primeiro passo para escalar é reconhecer que é impossível ser bom em tudo ou especialista em todas as áreas. A criação de um ecossistema de parcerias resolve quase todos, senão todos os problemas tanto do advogado que tem escritório quanto do autônomo.
Após muito estudo de mercado, de perfil dos advogados e, considerando a visão estratégica como empreendedora, criei uma metodologia de negócio na
advocacia que traz segurança aos advogados, permitindo-os fazer o que amam e ainda entregar um serviço de excelência para o cliente. Classifiquei os advogados em dois grupos: advogado estratégico especialista e advogado estratégico de relacionamento. A união desses dois profissionais é ponto-chave para escalar negócios na advocacia.
Para deixar ainda mais claro, pense em como eram distribuídos os trabalhos na faculdade: de forma orgânica: tinha o que era melhor na apresentação, outro na formatação, o outro na estruturação e até aquele que preferia pagar os custos de impressão e encadernação para não ter que fazer nada. O primeiro passo para o advogado dar certo é identificar se ele é melhor em relacionamento, ou melhor em processos, e ser intencional na escola de seus sócios, associados e parceiros, de forma que seja vantajoso para ambas as partes. O que gosta de vender, busca clientes para a parceria e o que é técnico, se dedica ao processo com excelência: cada um vai trabalhar no que gosta, se dedicar, se especializar, se dedicar pelo que tem que entregar e o cliente final é o maior beneficiado, pois terá um processo feito por um especialista.
E a realidade é que os escritórios acabam adequando o problema do cliente aos profissionais do escritório ao invés de fazê-lo com um parceiro especialista. E por fim, quando o advogado confia um processo na mão de um funcionário, tem riscos de o funcionário não estar totalmente engajado e sofrer todas as consequências pela omissão do funcionário. Quando confia a um especialista também advogado, esse fardo fica mais leve, pois envolve o nome de ambos, com o mesmo grau de responsabilidade.
Dra Tatiane Forte – criadora do método Advogado Estratégico e ecossistemas de advogados.
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Author: Tatiana Forte
Advogada especialista em Direito Aduaneiro e Estruturas ICP Brasil. Fundadora e CEO do Grupo FORTE com mais de 500 parceiros estratégicos no Brasil Idealizadora do curso de extensão "Advogado Estratégico" disponível na Faculdade Brasileira de Negócios Inovadores - Fabrani e da mentoria "Ecossistema de Parcerias na Advocacia" Autora do Best Seller "Líderes do Século XXI"