Malha viária estadual em alerta: especialistas apontam caminhos para reverter o colapso da infraestrutura

Malha viária
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A malha rodoviária estadual brasileira enfrenta um dos momentos mais críticos dos últimos anos. Segundo levantamento da CNT (Confederação Nacional do Transporte), mais de 60% das rodovias estaduais avaliadas apresentam problemas de pavimentação, sinalização ou geometria. 

O impacto atinge desde o escoamento da produção até o acesso a serviços essenciais em regiões remotas.

Em meio à pressão por soluções de curto e longo prazo, estados como Goiás e Tocantins têm apostado em ferramentas de gestão técnica como os sistemas de Gerência de Pavimentos e processos internos de formação técnica continuada nas agências. Essas práticas, apesar de avançadas, ainda encontram desafios em sua aplicação em larga escala.

A engenheira civil Andrezza Medeiros Teles, especialista em infraestrutura com experiência em diversos estados e ex-diretora de obras rodoviárias da Guinfra, foi consultada pela redação para comentar o tema. Segundo ela, “o maior desafio é fazer com que a parte técnica tenha protagonismo dentro das decisões de alto nível. Muitas vezes, temos os diagnósticos e os caminhos, mas falta estrutura e continuidade de gestão.”

Andrezza coordenou equipes em projetos de ampliação de infraestrutura rodoviária, implementou soluções de compliance público e participou diretamente da criação de sistemas de gerência de pavimentos no Centro-Oeste. “Quando o setor público investe em conhecimento técnico e continuidade de processos, o resultado aparece nas entregas. Precisamos parar de tratar obra como evento isolado e começar a tratar como política de Estado”, reforça.

Diante do aumento dos custos de manutenção corretiva e da deterioração acelerada da infraestrutura, especialistas defendem que o caminho está na prevenção, no planejamento e na gestão inteligente da rede rodoviária. Casos como o de Goiás, onde sistemas de gerência e formação técnica começaram a gerar indicadores positivos, servem de modelo para outras regiões.

A pauta da infraestrutura precisa sair da emergência para a estratégia. E, como mostram vozes técnicas como a de Andrezza Telles, o Brasil não carece de soluções — carece de continuidade, profissionalismo e coragem para implementá-las.

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