A pandemia da Covid-19 acelerou uma mudança inevitável no ambiente empresarial brasileiro: a transformação digital.
De uma hora para outra, empresas de todos os portes foram forçadas a adaptar seus modelos de operação, vendas e comunicação para o ambiente online. Entre as mais impactadas, estavam as micro, pequenas e médias empresas, que representam mais de 90% dos negócios do país, segundo dados do Sebrae.
Durante o auge da crise sanitária, o comércio eletrônico cresceu 41% em 2020, segundo a Ebit|Nielsen, enquanto ferramentas como delivery, marketplaces e redes sociais tornaram-se a única ponte entre marcas e consumidores. No entanto, embora a digitalização tenha sido vital para a sobrevivência de muitos negócios, a falta de preparo técnico e estratégico gerou adaptações precárias, improvisadas e muitas vezes insustentáveis.
Três anos depois, os desafios continuam. De acordo com pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), 58% das pequenas empresas ainda sentem dificuldades em consolidar processos digitais, especialmente por falta de conhecimento, equipe preparada e integração de sistemas. Além disso, apenas 1 em cada 4 pequenas empresas usam dados de forma estruturada para tomar decisões.
Para o administrador e especialista em transformação digital de pequenos negócios, Leonardo Rocha de Mendonça, o problema não está apenas na tecnologia, mas na forma como ela é aplicada. “Digitalizar não é apenas ter um Instagram ou um site. É preciso integrar operação, estoque, vendas e análise de dados em uma rotina coerente e funcional. O que falta às pequenas empresas é um modelo simples, mas inteligente, que traduza eficiência em resultado”, afirma.
Leonardo é autor do livro “Digital Strategies for Small Businesses” e foi responsável por liderar transformações digitais em empresas como o Grupo Mendonça (moda) e o Confesso Gastrobar, ambos em Petrópolis (RJ), com resultados expressivos em eficiência, engajamento e integração de sistemas.
O desafio atual é consolidar a transformação iniciada sob pressão em um modelo de crescimento sustentável. As pequenas empresas precisam de soluções acessíveis, linguagem simples e apoio técnico que permita avançar sem depender de grandes orçamentos. A digitalização não é mais uma opção: é o próximo estágio da sobrevivência empresarial.
